O dia em que a Medicina Tradicional Chinesa me salvou

Este é um depoimento meu. O texto foi escrito em Novembro de 2017, logo a seguir a ser salva. Hoje apetece-me partilhá-lo.

Sou aquela que sabe e defende todos os dias que os problemas físicos são sintomas de algo mais profundo, e que sem a cura desse mais profundo não existe real cura física: resolve-se um sintoma, mas outro atrás vem e mais outro e mais outro até à morte da pessoa ou à resolução da coisa.
Ciente disto, quando tenho problemas de saúde tento entendê-los e dar-lhes tempo para se resolverem – e a maior parte curam-se desta forma, ou com algum tipo de apoio, como massagens, exercício físico, mudança de alimentação, passeios, meditação, descanso. Quando a dificuldade subsiste então procuro ajuda médica.





Há perto de três anos comecei a ter hemorragias intestinais recorrentes. Fui a um especialista na Cruz Vermelha que me receitou medicamentos e uma colonoscopia para aferir o que se passava. A colonoscopia não mostrou nada que justificasse tais hemorragias. Os medicamentos estancaram-na durante dois ou três dias, mas ela voltou. Fui de urgência ao Hospital de Cascais, onde fui praticamente insultada pelo médico, que me disse que a questão não era urgente e que me voltou a receitar os mesmos comprimidos.

Nessa altura a médica de família enviou-me a uma consulta de Gastro e desta mandaram-me fazer uma pequena cirurgia que foi marcada para… 9 MESES depois!!!!

Por livre iniciativa comecei a tomar Aloé Vera, que é cicatrizante, e com ele fui controlando a espaços a hemorragia, que aumentava exponencialmente sempre que havia algum acontecimento intenso na minha vida, fosse alegre ou doloroso.

Entendi que esta situação se prendia com carência de estrutura familiar, de tribo… Mas mais não consegui perceber nem resolver.

Cirurgias são intervenções que não me inspiram grande confiança, embora saiba que por vezes são necessárias. Ao ser marcada para nove meses depois, achei que não era coisa para ser levada a sério. E uns seis meses antes da data a hemorragia parou. Assim, quando chegou a altura, não fui. Mas 15 dias mais tarde o problema voltou. E já lá ia um ano hemorrágico com seis meses de interregno. 

Reiniciei o processo e em Maio deste ano (cerca de dois anos depois da primeira crise) fiz a dita cirurgia e o sangramento estancou. Nessa altura sentia-me bastante fraca: estava com uma anemia já forte. Receitaram-me ferro e ao tomá-lo a hemorragia voltou. Parei o ferro.

Em regime de troca de serviços comecei a fazer sessões irregulares de acupuntura com uma amiga e a tomar fitoterapia (medicamentos naturais chineses). Apesar da irregularidade do tratamento e de só ter feito 4 sessões, melhorei a vários níveis, sendo os mais salientes as dores que começavam a instalar-se em várias partes do corpo e a melhoria do humor. A anemia melhorou ligeiramente. 

Em Setembro fiz nova pequena cirurgia e receitaram-me outro ferro para a anemia. Mal o comecei a tomar a hemorragia voltou.

A partida do meu filho para trabalhar e viver noutro país (partida esperada e obviamente racionalmente aceite e incentivada) trouxe mais manifestações ao meu corpo – tudo o que acontece se manifesta no corpo, não há como fugir, como esconder eternamente. Primeiro uma infecção respiratória e depois mais abundantes crises hemorrágicas. 

Voltei à médica de família, que ficou sem saber como resolver o problema do ferro e que então me mandou para um consulta de Hematologia que foi logo marcada… para … 5 MESES depois!!!! 

A força física diminuiu bastante, entrei em humor depressivo e não estava a ver saída, até que me lembrei de decidir fazer o que recomendo aos outros. É, sou muito boa a recomendar aos outros e tendo a boicotar as soluções para mim.




Fui a uma consulta com uma especialista em Medicina Tradicional Chinesa, que é também docente na Escola de Medicina Tradicional Chinesa (ESMTC) (não confundir com a escola de Pedro Choy ou com o IMT). 

Esta mulher, Ana Varela, já o ano passado tinha tido uma intervenção fundamental num problema do meu filho, em que além de médica agiu como mulher compassiva e mãe. Costumo aconselhá-la às outras pessoas, e em mim havia a certeza de que iria lá um dia. Foi desta! Sou especialista em chegar ao fundo e então bater com os pés no chão para voltar ao sítio onde gosto realmente de estar e que é a superfície.

Quis saber a minha história física e emocional. Explicou-me que “eles cortam de um lado, mas como o intestino está fraco rompe de outro”, percebeu que há várias áreas físicas e energéticas do meu corpo afectadas: além do intestino, o pulmão, o rim e a vesícula por exemplo, e que é preciso recuperar todas. 

Fez-me Acupuntura, um pouco de massagem Tui Na., receitou-me uma planta – Kuzu – para “recuperar o intestino”, mais um produto de fitoterapia para apoiar o processo, um medicamento homeopático para a anemia e disse-me que…. necessito deixar partir o meu filho. Até ver, salvou-me!



Foi só há três dias que isto aconteceu, mas a minha energia voltou, o equilíbrio emocional também, o sangramento parou e pude voltar em pleno (ou quase) ao trabalho e dar o Curso de Massagem Intuitiva Holística no fim de semana, um curso que exige imenso de mim, pois sou professora e uma espécie de mãe de mais de uma dúzia de seres em simultâneo, durante dois dias consecutivos.

No dia anterior, um passeio meditativo pela praia acompanhado por um livro de uma médica holística, Christiane Northrup, “Deusas sem Idade”, ajudou-me a entender que estava a partir derrotada para várias situações da vida, incluindo esta da ausência do meu filho: em vez de procurar soluções estava a deixar-me submergir por problemas criados pelo meu próprio entendimento. Decidi que não, que tal como aprendi com o Dalai Lama, quando surge um problema, se tem solução, devo de imediato centrar-me nela.

Este percurso fez-me reflectir naquilo que fazemos a nível global. No aparelho monstruoso, pressupostamente de saúde, que está montado, que custa rios de esforço e de dinheiro a toda a gente e que trata de forma tão estranha as pessoas. Resolve, sem dúvida, questões de emergência, mas que é tão especialista em perpetuar a doença que mantém o aparelho em marcha. Que grande indústria esta da pressuposta saúde! Seja a do estado, seja a privada. Imensa gente a lucrar com a doença. Muitos postos de trabalho, sem dúvida.

Hoje é dia de prestar homenagem à Medicina Tradional Chinesa. E não quero com isto dizer que a MTC é que é boa e que a medicina ocidental é má. São ambas importantes, tal como tudo o resto, mas se usadas com o Coração e com Sabedoria. A MTC, tal como as abordagens orientais em geral, tem é a grande vantagem de se preocupar com a pessoa em vez de se preocupar com a doença. E sabe que o equilíbrio geral é necessário para a manutenção da boa saúde física e emocional.

Quando comecei a dar massagens, a minha primeira professora e minha principal referência ainda hoje – Luísa Sousa Martins, uma das colaboradoras da ESMTC e que me recomendou Ana Varela – disse-me que quando queremos cuidar de pessoas pensar só em dinheiro não funciona, é preciso pôr o coração à frente: “é o amor que cura”.

É isso que tenho procurado fazer no meu próprio trabalho e quando me esqueço de o fazer nunca resulta. É isso que a Ana Varela faz. Funciona com toda a gente, seja qual for a sua especialidade. Seja na área da saúde seja noutra qualquer. E é o único caminho que dá satisfação. E para quem acredita no carma, na lei da causa efeito, é seguramente o único que garante boas colheitas no futuro.


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Nota. Dois meses depois a anemia estava resolvida. Eu não queria acreditar, repeti as análises. Assim foi! O medicamento que tomei para esse fim compra-se no Celeiro e chama-se Floradix.

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