"Gratidão por me permitir Sentir", depoimento
Perguntei-lhe o que tinha vindo fazer. Disse que não sabia. Que já há muito tempo queria vir porque sentia que lhe ia fazer bem.
- E precisa de alguma coisa em concreto?
- Não sei. Estou num marasmo. Costumo dizer que não sinto nada. É como se precisasse que me restituíssem a alma.
Ora, "almas" é comigo.
Daqui partimos para uma longa conversa. Uma vida inteira por viver. Sempre em função dos outros e a trabalhar sem interrupções. Um estado permanente de alerta.
A quarentena obrigatória colocou-a em depressão, mas o regresso ao trabalho mostrou-lhe que a vida anterior já não servia, porque não tinha significado.
Pela primeira vez preocupou-se consigo e consultou um psiquiatra que lhe receitou medicamentos, que a encheram de alergia. Foi a uma psicóloga que a queria fazer recordar coisas que não recordava. E no terceiro pedido de ajuda veio até mim.
Falámos para aí uma hora, como acontece no Psicólogo, com direito a um vislumbre do mapa astral; recebeu uma massagem que durou cerca de hora e meia e pelo meio ainda me ouviu a dizer coisas, como acontece na Hipnoterapia.
No final, aquela que nunca pára, parou. Ficou deitada em silêncio, muito quieta.
- Abro a janela para a ver melhor.
E ela caladinha.
- Estou bem. Quer que me levante já?
- Não, pode estar com calma, mas daqui a bocadinho chega outra pessoa, mas pode estar tranquila.
Foi incrível ver o regresso, pois estava nas profundezas de si própria, a sentir.
- Estou tão zen, talvez amanhã consiga dizer-lhe o que se passou, porque ainda não sei, mas sinto-me tão bem.
E lá foi bamboleando, balbuciando expressões imperceptíveis, verdadeiramente pedrada, com um grande sorriso, como se quisesse dizer: então esta paz e este bem-estar existem e não me tinham dito nada?
Hoje, curiosa, perguntei-lhe como se sentia.
“Sati, gostaria de saber pôr em palavras algo, mas o que vem à mente é calma, paz, leveza e gratidão a si por me permitir sentir.”
- E precisa de alguma coisa em concreto?
- Não sei. Estou num marasmo. Costumo dizer que não sinto nada. É como se precisasse que me restituíssem a alma.
Ora, "almas" é comigo.
Daqui partimos para uma longa conversa. Uma vida inteira por viver. Sempre em função dos outros e a trabalhar sem interrupções. Um estado permanente de alerta.
A quarentena obrigatória colocou-a em depressão, mas o regresso ao trabalho mostrou-lhe que a vida anterior já não servia, porque não tinha significado.
Pela primeira vez preocupou-se consigo e consultou um psiquiatra que lhe receitou medicamentos, que a encheram de alergia. Foi a uma psicóloga que a queria fazer recordar coisas que não recordava. E no terceiro pedido de ajuda veio até mim.
Falámos para aí uma hora, como acontece no Psicólogo, com direito a um vislumbre do mapa astral; recebeu uma massagem que durou cerca de hora e meia e pelo meio ainda me ouviu a dizer coisas, como acontece na Hipnoterapia.
No final, aquela que nunca pára, parou. Ficou deitada em silêncio, muito quieta.
- Abro a janela para a ver melhor.
E ela caladinha.
- Estou bem. Quer que me levante já?
- Não, pode estar com calma, mas daqui a bocadinho chega outra pessoa, mas pode estar tranquila.
Foi incrível ver o regresso, pois estava nas profundezas de si própria, a sentir.
- Estou tão zen, talvez amanhã consiga dizer-lhe o que se passou, porque ainda não sei, mas sinto-me tão bem.
E lá foi bamboleando, balbuciando expressões imperceptíveis, verdadeiramente pedrada, com um grande sorriso, como se quisesse dizer: então esta paz e este bem-estar existem e não me tinham dito nada?
Hoje, curiosa, perguntei-lhe como se sentia.
“Sati, gostaria de saber pôr em palavras algo, mas o que vem à mente é calma, paz, leveza e gratidão a si por me permitir sentir.”